Visita a Eikokuji

Retiro no coração de Hitoyoshi

Informações Úteis

Aberto diariamente, durante todo o dia (período de sol), gratuito. Fica a 15 minutos a pé da estação de Hitoyoshi. Ao sair do edifício da estação vai entrar numa praça ampla. Mesmo à sua frente, perpendicular à linha do comboio (e ao edifício da estação), nasce a avenida principal de Hitoyoshi, a estrada 188. Siga sempre essa via, incluindo ao passar a ponte sobre o rio Kuma, e em breve verá o templo do seu lado direito.

Descrição

Eikokuji é um templo budista (a terminação “ji” indica templo), do tipo Zen, fação Soto. É o templo mais importante da fação Soto nesta região, tendo sido fundado no 15º ano do período Oei, que corresponde a 1408. Quem o encomendou e suportou foi o 9º Daimyo do clã Sagara, Sakitsugu, e o primeiro monge que o dirigiu foi Jittei Choshin Osho. Desde então já passaram 40 gerações, e o templo ainda é gerido pela mesma linhagem.

Os edifícios religiosos do Japão, com arquitetura em madeira, colmo e papel, costumam ser reconstruídos periodicamente ou sempre que há disso necessidade, reproduzindo até ao ínfimo detalhe todas as características do original, incluindo materiais e técnicas de construção. O edifício atual do Eikokuji data de 1891 porque nessa época o edifício anterior foi destruído por um incêndio.

Com efeito, em 1891 pode dizer-se que a “revolução passou por ali”. Viviam-se os anos conturbados do início do período Meiji, e na ilha de Kyushu ainda havia vários clãs samurai que se recusavam a reconhecer o novo estado e o novo imperador, o qual consideravam um fantoche das potências ocidentais. Eventos de rebelião sucediam-se, tendo sido um dos maiores o de Satsuma (atual zona de Kagoshima), e nesse ano de 1891 passou por Hitoyoshi o samurai Saigo Takamori – também chamado de “o último samurai”. Ficou na vila, neste mesmo templo, durante pouco mais de 30 dias, retirando-se temporariamente da frente de combate. No entanto as tropas imperiais avançaram sobre a vila, e nos combates que se seguiram deflagraram vários incêndios. Nem o templo foi poupado.

Portão

No portão deste templo poderão ver duas estátuas com ar ameaçador. Tratam-se de Kongorikishi (ou Nio, daí o nome do portão onde estão estas estátuas se chamar Nio-Mon), um par de estátuas que representam guerreiros poderosos, os quais têm a missão de proteger do mal. Não precisa de ter medo deles, mas como obras de arte têm um poder muito impressionante! Nestes pares geralmente um deles representa a força contida (tem a boca fechada e os músculos tensos) e o outro a violência ativa (tem a boca aberta, está a executar o ataque). O budismo, e particularmente a escola Zen, abomina a agressividade, e por isso estas entidades são uma exceção, algo apenas justificado pela superior necessidade de proteger certas manifestações positivas tais como o próprio Buda.

Cemitério Budista

Num chão de pedras muito pequenas e impecavelmente limpas (o chão é escovado todos os dias de modo a nunca se desenvolverem fungos ou crescerem ervas) erguem-se as pedras honorárias dos defuntos. Não são lugares de inumação como num cemitério ocidental, mas sim lugares de memória e oração. Por isso mesmo as pedras grandes e verticais, onde estão gravados os nomes e representada uma imagem benéfica de Buda, estão muito juntas umas às outras.

Fonte e bacia de pedra

No pátio dos templos existe sempre uma fonte de água, geralmente aproveitando um fio de água natural (da montanha ou de um poço) que é canalizado para esse efeito, e uma bacia onde a água cai. Esta bacia apresenta a particularidade de ser apenas uma rocha com uma cavidade, como se a água ao cair sempre no mesmo lugar tivesse escavado aquela bacia. Não é o caso, mas é a partir de essa inspiração que bacias como esta ainda existem, mesmo que tenham sido trabalhadas com alguma ajuda da mão humana. A água fornece o ruído e a frescura que prepara a alma para se sentir bem no templo, e as pequenas “conchas” de bambu que estão na bacia servem para deitar a água nas mãos (lavando uma a seguir à outra) e também para levar à boca. Com mãos e boca purificados, os fiéis (e os visitantes, se quiserem) podem sentir-se mais recetivos à experiência de visitar o templo.

Altar e sala principal

O altar no qual estão as imagens aí adoradas poderá estar fechado com cortinas na hora da sua visita, e se for esse o caso de modo algum deverá aproximar-se e muito menos abrir as cortinas. Geralmente o local está vazio e é considerado tão seguro que ninguém se preocupa muito a fazer de segurança nem em fechar as portas, mas por uma questão de etiqueta não se aproxime do altar se não é budista nem faz intenção de orar. Pode entrar na sala, a qual tem chão de tatami – a esteira de palha usada na arquitetura tradicional japonesa. Para caminhar sobre o tatami tenha o cuidado de descalçar os sapatos, pois apenas pode estar no tatami usando meias ou com os pés nus. Cada tatami é feito à mão, com matéria-prima vegetal que não leva nenhum tratamento de conservação, sendo por isso muito fácil de danificar, por isso tenha cuidado. Nesta sala de tatami não pode beber água nem manusear líquidos, nem tão pouco comer ou abrir embalagens que tenham cheiros intensos. Também não pode fumar nem fazer fogo. Se tiver isso em consideração pode estar por ali o tempo que quiser, repousando, protegendo-se da chuva ou do sol se for caso disso, ou simplesmente desfrutando da paz e tranquilidade.

A lenda da amante fantasma

No tempo do primeiro sacerdote, Osho, terá chegado ao templo uma mulher transtornada, que desejava tornar-se monja e proteger a sua alma dos ataques dos espíritos. Essa mulher estaria a ser atormentada pelo fantasma da amante do seu marido, alguém de quem ela tinha tido tantos ciúmes e para a qual tinha sido tão má que conduziu ao suicídio da amante. O monge, entendido como era nos princípios budistas, sabia que o fantasma da amante seguiria a mulher até ao templo, e com efeito ele passou a aparecer regularmente no jardim, ao pé do poço. O monge fez uma pintura onde representou o aspeto do fantasma, e certa noite mostrou ao próprio fantasma o quanto a sua alma se tinha tornado feia por causa do pecado do suicídio. O fantasma lembrou-se então de como tinha morrido, deixou de ter ressentimentos, passando tranquilamente para o outro mundo. A pintura do fantasma ainda se encontra em exibição neste templo, e é por causa dela que por vezes se referem ao Eikokuji como Yureidera (templo do fantasma).

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